O que era para ser uma tarde de festa terminou em confusão no Estádio Waldomiro Gelinski, em Guarapuava. O Batel venceu o Nacional de Rolândia, por 1 a 0, neste sábado (4), garantiu a classificação às quartas de final da Taça FPF 2025, mas o jogo ficou marcado por uma denúncia de injúria racial e uma agressão dentro de campo.
Aos 41 minutos do segundo tempo, o zagueiro PV, do Nacional, partiu para cima do volante Diego, do Batel, e o acertou com um soco no rosto. Em seguida, o atleta do Nacional informou à arbitragem ter sido vítima de injúria racial, o que levou o árbitro Diego Ruan Pacondes da Silva a acionar o protocolo antirracismo da FIFA, cruzando os braços em “X” e interrompendo a partida.
O jogo ficou paralisado por cerca de 18 minutos enquanto Diego recebia atendimento médico e era retirado de campo com sangramento no rosto. PV foi expulso e o clima ficou tenso entre as duas equipes. Após a retomada, o Batel administrou a vantagem até o apito final.
O único gol da partida foi marcado ainda no primeiro tempo, pelo zagueiro Vitão, que aproveitou cobrança de escanteio de Rian Davi e garantiu o triunfo do Lobo Solitário diante da torcida guarapuavana.
Horas depois, o Batel divulgou uma nota oficial condenando o episódio e reafirmando seu compromisso com o amor, a paz, a diversidade e o respeito. O clube declarou que o racismo é inaceitável sob qualquer circunstância e não é tolerado na equipe, e informou que tomará, junto com a Justiça Desportiva e a Justiça Comum, todas as medidas cabíveis “com o máximo rigor da lei”.
Confira a nota na íntegra:
📄 Nota oficial do Batel Guarapuava
“O Batel Guarapuava vem a público se manifestar sobre o episódio de acusação de injúria racial ocorrido durante a partida realizada neste sábado, contra o Nacional.
O clube reafirma seu compromisso com o amor, a paz, a diversidade e o respeito.
O racismo é inaceitável sob qualquer circunstância e não é tolerado em nossa equipe.
A Justiça Desportiva, a Justiça Comum e o clube adotarão todas as medidas cabíveis, com o máximo rigor da lei, para que condutas inaceitáveis sejam devidamente punidas.”
Federação Paranaense de Futebol
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) também se manifestou, repudiando o ocorrido e destacando que o caso será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR).
📄 Nota da Federação Paranaense de Futebol (FPF)
“Combater o racismo é um compromisso da Federação Paranaense de Futebol. Repudiamos o ocorrido na partida entre Batel x Nacional pela Taça FPF neste sábado (04), em Guarapuava.
Após uma situação de jogo que causou confusão na área, o zagueiro do Nacional acabou expulso por agressão contra um jogador do Batel, ao supostamente reagir a uma injúria racial, desferindo um soco no adversário.
O árbitro da partida, Diego Ruan Pacondes da Silva, seguiu o protocolo global antirracismo da FIFA, com o gesto característico dos braços cruzados, sinalizando o ocorrido, e a partida ficou parada por cerca de 18 minutos.
Racismo não!
A FPF mantém campanhas permanentes antirracismo nos estádios (com placas, cartazes e faixas), no site e redes sociais e lançou em 2005 um vídeo explicativo sobre o protocolo da FIFA contra o racismo. Também reiteramos nosso posicionamento contra a violência no futebol, dentro e fora dos gramados.
Os atos desse sábado serão encaminhados e julgados pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná.”
Como ficam os times na competição
Com o resultado, o Batel chegou a quatro pontos e garantiu a quarta colocação no Grupo A, assegurando presença nas quartas de final da competição. O Nacional, que ainda não pontuou, está eliminado.
Atento News, com informações do ge e da Federação Paranaense de Futebol