Vídeo educativo do Cetras mostra arara ferida e Polícia confirma relação com caso de tráfico de animais em Guarapuava

Imagens gravadas pelo Criadouro Onça Pintada e divulgadas pelo Cetras Unicentro revelam os efeitos da exploração ilegal da fauna; empresária foi presa na semana passada pelo crime.
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

Um vídeo publicado pelo Cetras Unicentro (Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres) no último domingo (12) tem repercutido nas redes sociais e reacendido o alerta sobre o tráfico de animais silvestres. As imagens mostram uma arara com ferimento grave em uma das pernas, causado por uma anilha irregular, e foram divulgadas com finalidade educativa e de conscientização ambiental.

O Cetras informou que o vídeo foi gravado por integrantes do Criadouro Onça Pintada, e que a instituição teve autorização para compartilhá-lo como forma de alertar a população sobre a crueldade do tráfico.

“Infelizmente, é muito comum que anilhas falsas e inadequadas sejam usadas por traficantes de animais. O tráfico é cruel do início ao fim do ciclo”, escreveu o Cetras na publicação.

De acordo com o professor Rodrigo Antonio Martins de Souza, coordenador do Cetras, a intenção foi transformar a cena em um ato educativo:

“Combater o tráfico de fauna não é apenas cumprir uma lei, é restaurar um pacto civilizatório. Cada animal não comprado, cada denúncia e cada ato educativo representam resistência ética à lógica da mercantilização da vida.”

O Cetras não divulgou mais informações sobre o contexto em que a arara foi resgatada.

Polícia confirma ligação com caso de tráfico

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) confirmou ao Atento News que o vídeo mostra uma das araras apreendidas na operação realizada na quarta-feira (8), que resultou na prisão de uma empresária de 43 anos em Guarapuava. Ela foi autuada por tráfico de animais silvestres e uso de documentos falsos, crimes que podem somar até 11 anos de prisão.

Durante a operação, conduzida pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) e a Polícia Militar, foram apreendidas:

  • Duas araras-vermelhas;
  • Uma arara-macau;
  • Quatro araras-canindé;
  • Um papagaio-verdadeiro.

Os investigadores constataram que a suspeita utilizava notas fiscais e certificados falsificados para tentar comprovar origem legal das aves. Os documentos imitavam os de criadouros registrados junto aos órgãos ambientais.

“Esses papéis eram produzidos para enganar a fiscalização e disfarçar a atividade criminosa”, explicou o delegado Guilherme Dias, responsável pelo caso.

Animais encaminhados para reabilitação

Os animais resgatados foram encaminhados ao Criadouro Onça Pintada, que atua na conservação de espécies ameaçadas de extinção. O local é reconhecido por abrigar aves apreendidas em operações ambientais e incluí-las em programas de reprodução e soltura na natureza.

Casos de tráfico e maus-tratos podem ser denunciados anonimamente pelos telefones 181 (Disque-Denúncia) ou 197 (Polícia Civil), além do site oficial da PCPR.

Atento News

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