O Sistema FAEP divulgou no último dia 11 um alerta sobre os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que quer acabar com a escala de trabalho 6×1. Segundo a entidade, a medida pode trazer prejuízos diretos para a produção de alimentos no Brasil, aumentando custos no campo e pressionando os preços para o consumidor.
A FAEP justifica que a PEC limita a jornada a 8 horas por dia e, no máximo, 36 horas por semana, distribuídas em até cinco dias. Hoje, o limite é de 44 horas semanais. Para o setor agropecuário, que depende de mão de obra contínua, a mudança exigiria a contratação de mais funcionários para manter as atividades diárias.
De acordo com a FAEP, essa necessidade de ampliar equipes elevaria os gastos dos produtores e poderia comprometer a competitividade dos alimentos produzidos no país. Produtos básicos como leite, carnes, ovos e hortaliças teriam impacto direto no preço final.
A entidade também destaca que o campo já enfrenta dificuldade para encontrar trabalhadores. Mesmo com o piso salarial mais alto do Brasil para o setor, muitos produtores não conseguem preencher todas as vagas. Hoje, a agropecuária paranaense emprega mais de 115 mil pessoas.
O presidente interino da FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, afirma que a mudança pode provocar reflexos para toda a população. “O produtor rural já enfrenta muitos desafios, e a redução da jornada seria mais um golpe. Isso deve encarecer a produção e, lá na frente, aumentar a inflação dos alimentos”, disse.
A nota divulgada pela FAEP também critica a falta de debate. A entidade enviou um ofício a deputados federais e senadores pedindo que os setores produtivos sejam ouvidos antes de qualquer decisão.
Segundo Meneguette, o tema exige discussão ampla. “Uma mudança desse tamanho não pode ser decidida sem ouvir quem será diretamente afetado”, afirmou.
A FAEP também citou estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV) que mostram que a redução da jornada, sem ganho de produtividade, aumenta o custo da hora trabalhada e reduz a eficiência da economia, afetando especialmente setores que dependem de muita mão de obra, como a agropecuária.
Atento News, com informações da FAEP.