Um mês depois do tornado que destruiu praticamente toda a área urbana de Rio Bonito do Iguaçu, centenas de famílias ainda vivem longe de suas casas. Dados atualizados da Defesa Civil mostram que cerca de 500 pessoas seguem desalojadas, abrigadas temporariamente em casas de parentes ou amigos. Outras 16 pessoas continuam desabrigadas, sendo atendidas em um hotel custeado pelo governo estadual.
A cidade, que tem aproximadamente 14 mil habitantes, ainda sente os impactos da destruição provocada pelos ventos que chegaram a intensidade equivalente a um F4 na Escala Fujita, capaz de causar danos severos e arrastar estruturas inteiras. Quase 1,5 mil residências foram danificadas e mais de 11 mil moradores foram afetados de alguma forma.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que duas pessoas seguem internadas em decorrência dos ferimentos causados pelo tornado: uma em Guarapuava e outra em Cascavel.
Reconstrução em andamento
Desde o dia 7 de novembro, uma grande força-tarefa mobiliza moradores, voluntários e equipes do Governo do Estado para reconstruir Rio Bonito do Iguaçu. Técnicos do Crea-PR vistoriaram os imóveis atingidos e apontaram que cerca de 30% das estruturas que restaram precisarão ser demolidas, enquanto o restante poderá passar por reformas.
Para atender as famílias que perderam suas casas, o Governo do Paraná contratou a construção de 320 unidades pré-fabricadas. A obra é executada pela Tecverde, que já iniciou a preparação dos terrenos liberados pela prefeitura. O cronograma prevê que novos lotes sejam entregues à construtora semanalmente.
Todas as casas devem ser concluídas em até 180 dias contados da data do desastre. As unidades têm entre 45 m² e 50 m², com sala, cozinha, dois quartos, banheiro e lavanderia, e são construídas no sistema wood frame, que acelera o processo.
A primeira casa praticamente pronta será entregue a Marilda Risse, que perdeu o esposo, Claudino Pereira Risse, uma das vítimas fatais do tornado.
O investimento total do Estado na reconstrução habitacional é de R$ 44 milhões, valor que inclui material, mão de obra e estruturação dos novos conjuntos.
Força local e apoio externo
A cidade só conseguiu avançar nesse primeiro mês graças ao trabalho conjunto entre população, voluntários de várias regiões e instituições públicas. Caminhonetes, máquinas, equipes técnicas e moradores se dividiram entre limpeza, retirada de entulhos, entrega de alimentos e recuperação de espaços que ainda podem ser restaurados.
Apesar do impacto profundo, Rio Bonito do Iguaçu começa a retomar parte da rotina. Ruas já foram liberadas, comércios voltaram a abrir e novas estruturas surgem em áreas onde tudo havia sido destruído.
Mas a recuperação completa ainda deve levar meses.
Atento News, com informações do g1.
