Paraná reforça ações contra brucelose e tuberculose em rebanhos leiteiros

Estado amplia vacinação, testes e fiscalização para reduzir prejuízos e preparar o setor para futuros mercados de exportação.
Foto: Adapar/Divulgação

O Paraná está intensificando as ações de combate à brucelose e tuberculose bovina, doenças que atingem rebanhos e podem causar prejuízos de até 20% na produção de leite, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).

Até outubro deste ano, o Estado registrou 98 focos e 333 casos confirmados de brucelose, além de 154 focos e 817 casos de tuberculose. As enfermidades reduzem a produção, causam abortos e obrigam o abate dos animais infectados. Como são silenciosas e endêmicas, também elevam os custos de assistência veterinária.

Vacinação e conscientização

O controle da brucelose ocorre principalmente por meio da vacinação de bezerras entre 3 e 8 meses de idade. Hoje, o Paraná tem 75,3% do rebanho vacinado, índice acima da média nacional, mas ainda abaixo do ideal. A meta da Adapar é chegar próximo de 90%, o que tornaria o programa mais eficiente no controle da doença.

No caso da tuberculose, o diagnóstico é feito por testes específicos. Desde março, os produtores contam com uma nova ferramenta: o teste ELISA, autorizado como exame complementar para identificar animais que não reagiram positivamente ao teste tradicional.

Condutas obrigatórias

Quando há confirmação de brucelose ou tuberculose, o produtor deve isolar e eliminar o animal infectado em até 30 dias. No caso da tuberculose, há direito à indenização, que deve ser solicitada junto à Adapar. Durante o saneamento, o trânsito de animais é proibido.

Atualmente, o Paraná possui 119 propriedades certificadas como livres ou monitoradas para as duas doenças. O número ainda é baixo diante das cerca de 30 mil unidades existentes no Estado.

Exportação depende da sanidade

A ampliação das medidas de prevenção foi tema de uma reunião da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite do Sistema Faep nesta semana. Para o setor, manter o rebanho protegido é um passo essencial para viabilizar futuras exportações de leite.

Segundo especialistas, somente com índices de vacinação acima de 80% por dez anos é possível iniciar o processo de erradicação das doenças no Estado. Além disso, investimentos em biossegurança, nutrição, bem-estar e qualidade do leite são indispensáveis para atender às exigências internacionais.

Atento News, com informações da Globo Rural.

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