Após EUA revogarem vistos, Padilha defende Mais Médicos e critica medida

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Ministro da Saúde diz que programa é aprovado pela população e não se curvará a pressões externas após decisão do governo norte-americano

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, saiu em defesa do Programa Mais Médicos na noite desta quarta-feira (13), após o governo dos Estados Unidos anunciar a revogação dos vistos de dois integrantes ligados à iniciativa.

Segundo Padilha, o programa “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”, comparando a situação à resistência do sistema de pagamentos Pix, que também já foi alvo de críticas do governo de Donald Trump. Ele afirmou que o Mais Médicos salva vidas e conta com a aprovação da população brasileira.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou mais cedo a medida, que atinge funcionários do governo brasileiro, ex-integrantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e seus familiares. Entre os atingidos estão Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais do ministério e atual coordenador-geral para a COP30.

De acordo com o governo norte-americano, os dois teriam papel na implementação do programa durante a gestão anterior de Padilha no Ministério da Saúde, sendo considerados “cúmplices do trabalho forçado do governo cubano” por meio da cooperação com a Opas.

Em suas redes sociais, Padilha ressaltou que, nos últimos dois anos, o número de profissionais no programa dobrou. “Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. Seguiremos firmes em nossas posições: saúde e soberania não se negociam. Sempre estaremos do lado do povo brasileiro”, escreveu.

Criado em 2013, o Mais Médicos atende áreas remotas e vulneráveis, inicialmente com médicos cubanos enviados pela cooperação com a Opas. Após interrupções, o governo federal retomou o programa em 2023, priorizando profissionais brasileiros e ampliando as vagas para outras áreas da saúde.

Informações da Agência Brasil

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