Cortar o açúcar muda o corpo rápido, mas especialistas alertam: energia mesmo vem dos carboidratos

Reduzir doces ajuda na disposição, no sono e até na inflamação, mas eliminar carboidratos é perigoso e vai contra o que o corpo precisa.
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Quando alguém decide tirar o açúcar do dia a dia, o corpo responde quase de imediato. O que muita gente não sabe é que essas mudanças não significam abandonar os carboidratos. Pelo contrário: eles continuam sendo o principal combustível do organismo.

Profissionais de saúde explicam que a retirada do açúcar adicionado, aquele presente em refrigerantes, sobremesas, ultraprocessados e adoçantes naturais como mel e xarope, alivia processos inflamatórios, melhora a digestão e reduz o acúmulo de gordura. Tudo isso sem exigir cortar alimentos básicos como arroz, feijão, frutas e batata.

O que muda na prática

A primeira reação do corpo costuma aparecer em poucos dias:

  • Menos gordura acumulada, especialmente na região do abdômen.
  • Mais estabilidade emocional, depois de um período curto de irritação e vontade de comer doce.
  • Sono mais firme, já que a glicose deixa de oscilar tanto.
  • Digestão mais leve e menos desconfortos.
  • Menor risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e problemas cardiovasculares.

Essas melhorias acontecem porque o organismo deixa de lidar com picos constantes de açúcar, algo comum quando o consumo de ultraprocessados é alto.

Carboidratos continuam essenciais

A retirada do açúcar costuma gerar confusão: algumas pessoas passam a evitar todos os alimentos que contêm carboidratos, o que é um erro.

O cérebro funciona quase exclusivamente com glicose, e ela vem principalmente de alimentos comuns:

  • grãos (arroz, milho, aveia),
  • tubérculos (batata, mandioca),
  • feijão e outras leguminosas,
  • frutas e leite.

Uma alimentação equilibrada precisa que aproximadamente metade das calorias do dia venha desses alimentos. Cortá-los faz o organismo perder energia e pode gerar efeitos perigosos a longo prazo.

Mel × açúcar: o que a comparação mostra

  • Uma colher de mel tem mais calorias que a mesma quantidade de açúcar.
  • O açúcar refinado é quase totalmente sacarose.
  • O mel traz um perfil variado de açúcares, além de pequenas quantidades de vitaminas e minerais.
  • O índice glicêmico do mel é menor e varia conforme a origem.
  • Ele ainda oferece compostos com leve ação antioxidante — algo que o açúcar não fornece.

Apesar disso, os especialistas reforçam que mel também é açúcar e deve ser consumido com moderação.

Por que consumimos tanto açúcar

A indústria alimentícia concentrou carboidratos simples em produtos baratos e muito palatáveis. Doces, biscoitos recheados, cereais açucarados, molhos prontos e bebidas industrializadas aumentaram drasticamente a quantidade de açúcar ingerida por dia.

Esse excesso está ligado a problemas como:

  • obesidade,
  • fígado gorduroso,
  • inflamação crônica,
  • alterações de humor,
  • cáries,
  • hipertensão,
  • risco maior de diabetes tipo 2.

Quanto açúcar é considerado seguro

As recomendações oficiais são:

  • OMS: até 10% das calorias do dia; para mais benefícios, 5%.
  • Orientação média: cerca de 25 g/dia (aprox. 6 colheres de chá).
  • Associação Americana do Coração:
    • 36 g/dia para homens;
    • 25 g/dia para mulheres.

No geral, os especialistas concordam: quanto menos, melhor.

Como montar um prato equilibrado

Para manter energia, saciedade e saúde ao mesmo tempo:

  • priorize alimentos frescos,
  • consuma carboidratos combinados com fibras e proteínas,
  • reduza ultraprocessados,
  • inclua frutas, vegetais, castanhas e azeite.

Assim, o corpo recebe glicose da forma certa e o açúcar deixa de ser protagonista na alimentação.

Atento News, com informações do g1.

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