O ex-juiz federal Eduardo Appio, que atuou na Operação Lava-Jato no Paraná, é acusado de furtar garrafas de champanhe em um supermercado de Blumenau, em Santa Catarina. O caso ocorreu em 18 de outubro e foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento, segundo reportagem publicada pela Revista Veja.
De acordo com a publicação, Appio circulava pela área de utensílios de cozinha quando passou a caminhar repetidas vezes em torno de uma gôndola de bebidas alcoólicas. Em seguida, escolheu uma garrafa de champanhe francês da marca Moët & Chandon, avaliada em R$ 399, e a colocou em uma sacola. Antes de chegar ao estacionamento, ele foi abordado por dois seguranças e levado de volta ao interior do supermercado.
Ainda conforme a Veja, o ex-juiz apresentou a nota fiscal das compras realizadas naquele dia, mas o documento não indicava o pagamento da bebida. Ele teria tentado quitar o valor no momento da abordagem, oferecendo um cartão bancário, mas a situação já havia sido registrada como ocorrência policial. O supermercado também apontou que Appio seria reincidente, com suspeitas de outros furtos semelhantes no local.
A Polícia Civil de Santa Catarina encaminhou as informações do caso e o boletim de ocorrência ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A partir disso, foi instaurado um procedimento administrativo disciplinar, que pode resultar em aposentadoria compulsória do magistrado, conforme interlocutores ouvidos pela Veja.
Eduardo Appio nega a tentativa de furto. Segundo ele, ao final, pagou por três garrafas da bebida e afirma que o episódio foi “politizado”. Em declaração reproduzida pela revista, o ex-juiz alegou que o caso ocorreu em um ambiente hostil e que os vídeos teriam sido manipulados. Ele também questionou a atuação das autoridades envolvidas. Procurado, o delegado responsável não se manifestou.
Appio já havia deixado a 13ª Vara Federal de Curitiba em 2023, após outra polêmica envolvendo sua conduta, mas conseguiu à época firmar um acordo administrativo. Após o novo episódio, ele foi afastado de suas funções em uma vara previdenciária e responde ao procedimento por suposta violação da regra que exige dos magistrados “conduta irrepreensível na vida pública e privada”.
O caso segue em análise pelas instâncias competentes.