Na Praça Nove de Dezembro, no coração de Guarapuava, o som de um apito corta o barulho do vai e vem de pessoas. É sinal de que o calor apertou, e de que o trabalho começou para seu Neraldo dos Santos, vendedor de picolés.
Aos 65 anos, ele passa boa parte dos dias atrás do carrinho, principalmente nos meses mais quentes do ano. Entre as luzes de Natal, a correria do comércio e famílias que atravessam a praça, seu Neraldo segue firme, nas vendas.
Ele começou na atividade em 2020, depois de ser demitido de um emprego com carteira assinada. Já aposentado, decidiu investir o que tinha em um carrinho com freezer. “Parado não dá pra ficar”, resume. Desde então, os picolés passaram a ser um complemento importante da renda.
O movimento varia conforme a temperatura. Em dias de muito calor, as vendas podem chegar a cerca de R$ 150. Em outros, o faturamento é menor. Mesmo assim, ele garante que vale a pena. “Esquenta, vende bem. Depois vai caindo um pouco”, conta, com a experiência de quem conhece o ritmo da praça.
Além de refrescar quem passa pelo local, os sorvetes despertam lembranças. Entre os mais vendidos estão clássicos como a Moreninha, o Esquimó, o Brigadeiro e o tradicional picolé de milho verde. Há também opções de frutas, como uva, limão, abacaxi e morango, além dos sabores como leite condensado e nata.