Com a chegada do Natal e do Ano Novo, além do clima festivo, também cresce a sensação de pressão emocional. Esse fenômeno foi explicado pelo psicólogo Cristiano Nabuco, em entrevista à TV Cultura, afirmando que essa época costuma despertar balanços pessoais, comparações com outras pessoas e metas que nem sempre são realistas.
Segundo o especialista, o fim do ano funciona como uma espécie de “marco psicológico”. De forma inconsciente, as pessoas fazem uma revisão da vida, o que conquistaram, o que não conseguiram e o que esperam para o futuro.
Nabuco diz que esse movimento, apesar de natural, pode gerar sofrimento: é comum que a pessoa se compare a outros e sinta que está “atrasada” em relação à vida alheia.
Ele explica que muitas metas criadas no entusiasmo da virada não se sustentam. Estudos citados pelo psicólogo mostram que cerca de 80% das promessas de Ano Novo se perdem até a terceira semana de janeiro. “Mudanças precisam ser construídas aos poucos, não acontecem de forma mágica”, afirmou.
Celebrações também geram tensão
Nabuco lembrou que as festas em si, como encontros familiares e confraternizações, podem ser desafiadoras.
Segundo ele, é comum que sentimentos como saudade, lembrança de perdas, conflitos antigos ou incômodos familiares venham à tona nessas ocasiões. Há pessoas, diz o psicólogo, que chegam a evitar o Natal por associarem a data a momentos difíceis.
Apesar disso, a virada do ano costuma trazer uma sensação simbólica de “saída da sombra para a luz”, a expectativa de recomeço e de novas oportunidades.
Como lidar com esse período
Para enfrentar o fim do ano com mais leveza, Nabuco orienta que cada pessoa concentre esforços naquilo que realmente consegue controlar. Ele cita um princípio estoico: quando não é possível mudar uma circunstância, é preciso focar na maneira como se reage a ela.
O psicólogo recomenda que cada um priorize o próprio “micromundo”, ou seja, ações pequenas e práticas que gerem um senso real de conquista. Isso, segundo ele, ajuda a fortalecer a autoestima e reduzir a pressão das comparações, especialmente nas redes sociais.
“Esqueça o que o outro está fazendo. O ponto é: o que você pode fazer hoje para que sua vida seja melhor daqui a um tempo?”, reforçou.
Atento News, com informações da TV Cultura.