A morte de Mariluci Ribeiro Andretti, de 39 anos, foi confirmada na manhã desta quarta-feira (27), por volta das 10h, no Hospital São Vicente de Paulo, em Guarapuava. Ela estava internada desde o dia 14 de agosto, quando sofreu complicações logo após a aplicação de anestesia em um procedimento estético realizado em uma clínica da cidade.
A reportagem do Atento News conversou com a advogada Gisele Silveira, que representa a família. Segundo ela, Mariluci havia feito todos os exames pré-operatórios e estava em boas condições de saúde.
“Ela fez exames pré-operatórios, os exames não apresentavam nenhuma normalidade, então ela estava em perfeitas condições de saúde quando foi até a clínica. Mas, em seguida à aplicação da anestesia, já teve uma parada cardiorrespiratória”, relatou.
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Ainda conforme a advogada, o SAMU foi acionado e conseguiu reanimar a paciente, que foi encaminhada ao Hospital São Vicente, onde permaneceu em coma induzido por 13 dias. “Ela ficou em coma induzido até hoje, quando infelizmente veio a óbito”, completou.
Gisele disse que a família recebeu poucas informações da clínica. “Nós tivemos contato apenas com um dos médicos que teria realizado o procedimento. Ele alega que teria sido um mal súbito, mas forneceu documentação e prontuário médico. O caso agora será analisado juridicamente e criminalmente”, afirmou.
A advogada informou que a família pretende adotar medidas em três frentes:
“Na esfera cível, vai buscar indenização por danos morais e materiais. Na esfera criminal, os profissionais podem responder por lesão corporal seguida de morte ou homicídio, dependendo do que for apurado. E na esfera ética, o caso já foi levado ao Conselho Regional de Medicina, que deve analisar a conduta dos envolvidos”, explicou.
Mariluci era administradora de empresas, casada e deixa dois filhos menores. “Era muito querida, tinha uma boa relação com a família e com os amigos. A dor é gigante para todos que tinham contato com ela. É estarrecedor”, disse a advogada.
O Atento News tentou contato com a clínica onde o procedimento foi realizado, mas não obteve retorno.
Nota do CRM-PR
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) informou que está acompanhando o caso e instaurou processo de sindicância para apurar o ocorrido. Caso sejam comprovadas condutas violadoras das regras éticas, as sanções podem variar de advertência confidencial até a cassação do exercício profissional, conforme o grau de culpa e a gravidade das consequências.
Segundo o órgão, as sindicâncias e os processos ético-profissionais tramitam sob sigilo processual, garantindo às partes o contraditório e a ampla defesa, conforme prevê a Resolução CFM nº 2.306/2022.
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) informou que vai instaurar inquérito policial para investigar um suposto caso de homicídio culposo em razão do procedimento estético realizado em Guarapuava.
A equipe policial disse que já realiza diligências preliminares, marcando oitivas e aguardando laudos periciais para a elucidação do caso.
