O futuro do Aeroporto Tancredo Thomas de Faria foi detalhado em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (3), no próprio terminal, em Guarapuava. A Prefeitura, a Orion Aeroportos (responsável técnica) e entidades empresariais anunciaram a assinatura de um contrato de aproximadamente R$ 600 mil para elaborar dois projetos básicos: o alargamento da pista e a modernização da infraestrutura do aeroporto.
Segundo os organizadores, mais de 50% do valor já está garantido por empresários da cidade. Participam da mobilização e do contrato as entidades: ACIG, CDL, COAMIG, Sistema Fiep, Sindicato Rural e Sindusmadeira.
A presidente da ACIG, Maria Inês Guinê, destacou a unidade do setor produtivo:
“Temos muitos empresários que pensam no bem coletivo. É por ele que passa o desenvolvimento. Principalmente nesse momento em que estamos em vias de começar outro processo na nossa BR-277. Não existe outro desenvolvimento, acho que isso é uma linguagem de todos os nossos colegas. Todos estão imbuídos no mesmo propósito. Temos uma unidade.”
O que o projeto prevê
O proprietário da Orion, Hammer Schimidt, explicou que as intervenções abrirão espaço para aeronaves de maior porte:
“O aeroporto é um vetor de desenvolvimento. A transformação que está se propondo vai permitir abrir-se um leque para aeronaves maiores e possibilitar a operação de todas as companhias aéreas.”
Os pontos técnicos apresentados:

Schimidt pontuou os requisitos regulatórios:
“A ANAC legisla sobre largura e requisitos de pista; o Comando da Aeronáutica regula tudo o que está no espaço aéreo, que liga um aeroporto a outro.”
Sobre capacidade de passageiros, ele reforçou:
“Para permitir a operação de um Boeing 737-800 MAX, por exemplo, precisamos ter pista com pelo menos 1.700 metros de comprimento e 45 de largura. Antes disso, é preciso um local para estacionar a aeronave — de preferência três posições no pátio — e um terminal de passageiros adequado. O terminal atual operou por muito tempo para 70 a 80 passageiros; agora falamos de voos com até 182 passageiros.”
Prazos e etapas
A Orion informou que já iniciou levantamentos topográficos, de solo e de pavimento. A meta é concluir, em 30 dias, o material técnico inicial e o projeto básico para envio ao Governo do Estado. Validado o conteúdo, a empresa prevê mais 30 dias para entregar o projeto completo, permitindo licitar as obras ainda em 2025. A Orion concedeu desconto para a elaboração do projeto.
Finalidade e cenário econômico
O foco inicial da ampliação é o transporte de passageiros, criando condições de infraestrutura para que Gol, Latam e Azul considerem operar na cidade. A decisão de abrir rotas cabe às companhias, após as adequações.
O prefeito Denilson Baitala afirmou:
“O projeto hoje já é uma realidade. Sem projeto não conseguimos chegar aos órgãos públicos, tanto na esfera estadual como federal, para viabilizarmos nosso aeroporto. Agradeço a todas as entidades que abraçaram a causa pelo bem comum guarapuavano.”
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Júlio Agner, frisou o alcance regional:
“É uma ferramenta de desenvolvimento regional. Não pensamos apenas em Guarapuava. Temos um entorno de 400 a 500 mil pessoas que, com certeza, são nossos usuários. Pensamos que não só Guarapuava será atendida, mas todo o entorno.”
Ele também abriu os números atuais da operação: custo mensal de cerca de R$ 150 mil com terceirizadas e arrecadação entre R$ 40 mil e R$ 50 mil.
“É deficitário, mas, com um a dois voos diários, a tendência é zerar o déficit. Pedimos redução de valores às empresas que prestam serviços. Ao mesmo tempo, há a parte operacional da estação de rádio, que precisamos manter.”
Por William Batista