Uma pesquisa realizada pela USP, em parceria com a UERJ e a Universidade Técnica da Dinamarca, divulgada em maio deste ano, analisou 33 dos alimentos mais consumidos no Brasil e revelou quanto tempo de vida saudável pode ser perdido ou ganho de acordo com a dieta. O estudo foi publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health.
De acordo com o levantamento, o consumo contínuo de cerca de 115 gramas de bolacha recheada — menos de um pacote — está associado à perda média de 39 minutos de vida saudável. Já o consumo de peixes de água doce está ligado ao ganho de 17 minutos de vida saudável. O índice utilizado foi o Heni (Índice Nutricional de Saúde), que calcula os impactos em anos de vida saudável com base em dados epidemiológicos.
A nutricionista guarapuavana Michele Dal Santos, no quadro Vida Saudável do Atento News, comentou os resultados e destacou a importância de escolhas conscientes. Segundo ela, optar por alimentos frescos, naturais e diversificados é uma forma de melhorar a qualidade de vida e, ao mesmo tempo, contribuir para a sustentabilidade.
Alimentos que mais reduzem tempo de vida saudável
- Bolachas recheadas: -39,69 minutos
- Carne suína: -36,09 minutos
- Margarina: -24,76 minutos
- Carne bovina: -21,86 minutos
- Biscoitos salgados: -19,48 minutos
Alimentos que mais acrescentam vida saudável
- Peixes de água doce: +17,22 minutos
- Banana: +8,08 minutos
- Feijão: +6,53 minutos
- Arroz com feijão: +2,11 minutos
Impacto ambiental
Além da saúde, os pesquisadores calcularam os efeitos ambientais, como emissão de gases de efeito estufa e consumo de água. A pizza de muçarela, por exemplo, exige mais de 306 litros de água para produzir uma porção média, enquanto um prato de carne bovina emite mais de 21 kg de CO₂. Já uma banana tem emissão de apenas 0,1 kg de CO₂ e demanda 14,8 litros de água.
O estudo também aponta que o agronegócio responde por 70% do consumo de água no País, principalmente devido à carne bovina, enquanto a agricultura familiar é fundamental na produção de feijão, mandioca, frutas e hortaliças, essenciais para a segurança alimentar.
Fonte: USP