O Atento News conversou nesta terça-feira (4) com o delegado-chefe da 14ª Subdivisão Policial, Alysson Henrique de Souza, e com o tenente-coronel Jackson Aquiles Busnello, comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, sobre os resultados da Operação Concórdia, que deixou três mortos em confronto com a polícia. A ação mobilizou mais de 300 policiais, com helicópteros, cães farejadores e mais de 100 viaturas no cumprimento de 45 mandados de busca e apreensão no bairro Concórdia, região do Boqueirão, em Guarapuava. Quinze pessoas foram presas.
Veja a entrevista:
Segundo o delegado Alysson Henrique de Souza, a operação foi planejada após meses de investigação conjunta entre as forças de segurança.
“Essa operação é uma operação em conjunto. Levantamentos realizados pelas equipes da Polícia Militar e também da Polícia Civil, tendo em vista que a Vila Concórdia está apresentando um alto índice de denúncias de tráfico de drogas, de locais que estão recebendo produtos furtados e roubados e também pontos de furto de energia. Foi feita uma reunião entre as duas corporações, e designados policiais para fazer um levantamento do local”, explicou o delegado.
Ele afirmou que a ação teve base em um pedido de busca autorizado pela Justiça após a concordância do Ministério Público.
“Foi feito um levantamento, uma representação apresentada ao Judiciário. O Ministério Público concordou com os locais de busca. O Judiciário decretou as buscas e, nesta data, com quase trezentos policiais, apoio de núcleos com cães e helicópteros, foi feita uma grande operação na Vila Concórdia. O resultado foi muito expressivo, demonstrando que a polícia estava certa naquilo que foi apresentado ao Judiciário.”
Alysson destacou ainda que os três mortos reagiram à ação policial.
“Não se tem dúvida. São marginais que estavam armados e receberam a polícia com arma em punho. Eles quiseram confrontar o Estado, as forças policiais, e acabaram tendo esse destino, que é o óbito. Serão instaurados inquéritos para confirmar e mostrar ao Judiciário e ao Ministério Público que não houve nenhum tipo de força excessiva.”
O tenente-coronel Jackson Busnello afirmou que o aumento no número de furtos e roubos na cidade motivou a operação.
“O que nós percebemos foi um aumento no número de furtos e roubos aqui em Guarapuava e também no número de apreensões de entorpecentes. Esses objetos furtados estavam sendo utilizados como moeda de troca. Após levantamentos e confirmações por parte das equipes policiais, solicitamos os mandados de busca e apreensão nos endereços da Vila Concórdia”, disse.
Segundo ele, a ação demonstra a presença do Estado e o comprometimento das forças de segurança.
“As forças de segurança, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Penal, estão atentas à criminalidade, e aqui o criminoso não vai se criar. Foram apreendidos muitos objetos de origem duvidosa, drogas, dinheiro, televisões, bicicletas, ferramentas e fios elétricos. Muitos desses itens já foram reconhecidos pelas vítimas. Que a população tenha consciência de que todo ato ilícito ajuda no aumento da criminalidade.”
A operação contou com o apoio de dois helicópteros, 15 conjuntos de cães e mais de 100 viaturas. As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos com o tráfico e a receptação de produtos furtados na região.