Exportações de milho disparam no Paraná e puxam crescimento do agronegócio em 2025

Estado quase triplica receita com o cereal; boletim do Deral mostra avanço do milho e ajustes na soja, mel, mandioca, olerícolas e proteínas animais.
Foto: Geraldo Bubniak/AEN

O milho se tornou o grande destaque das exportações do Paraná em 2025. De janeiro a outubro, o Estado enviou ao exterior 3,55 milhões de toneladas, um salto de 179% em comparação com o mesmo período do ano passado. A receita também cresceu e chegou a US$ 757,7 milhões, quase três vezes mais que em 2024.

Os dados fazem parte do Boletim Conjuntural do Deral, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Segundo o documento, o avanço é resultado direto da safra recorde do ciclo anterior e da estratégia dos produtores, que optaram por escoar o milho antes da soja.

O preço internacional subiu levemente, passando de US$ 210,58 para US$ 213,43 por tonelada, o que também ajudou na receita final.

Soja passa por ajuste, mas segmentos internos crescem

Enquanto o milho puxou as exportações, a soja passou por um período de queda. Os embarques do complexo soja — farelo, óleo e grãos — caíram 10%, totalizando 13,56 milhões de toneladas entre janeiro e outubro.

Mesmo com a retração geral, houve crescimento em setores específicos:

  • Óleo de soja: alta de 18%
  • Farelo: aumento de 2%
  • Soja em grão: queda de 15%

Somando milho e soja, o Paraná exportou 17,1 milhões de toneladas, crescimento de 4,1%. A expectativa é de aumento dos embarques de soja nos próximos meses, já que é preciso liberar espaço nos armazéns antes da nova safra, prevista para janeiro.

Mel tem forte oscilação, mas receita cresce

O mel brasileiro também aparece no boletim. O Paraná segue como terceiro maior exportador, com 5,57 mil toneladas e receita de US$ 18,6 milhões, quase o dobro do ano passado. As vendas são influenciadas pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, o que fez aumentar as compras antecipadas e reduzir os volumes a partir de agosto.

Mandioca segue em alta e pode bater novo recorde

A mandioca vive um ano positivo. As chuvas de novembro aceleraram as lavouras e reduziram atrasos causados pelo período seco. A produção prevista é de 4,2 milhões de toneladas, acima das 3,7 milhões colhidas em 2024. Os preços próximos de R$ 543,57 por tonelada dão fôlego aos produtores.

Olerícolas movimentam todos os municípios do Estado

A diversidade das olerícolas segue como marca da agricultura paranaense. Em 2024, todos os 399 municípios registraram produção comercial, somando R$ 7,1 bilhões em Valor Bruto da Produção.
Os cinco maiores polos — São José dos Pinhais, Guarapuava, Marilândia do Sul, Contenda e Araucária — responderam por 805,6 mil toneladas e R$ 1,8 bilhão em VBP.

Frango, bovinos e suínos também têm avanços

  • Frango: custo de produção caiu para R$ 4,55/kg, influenciado pela redução no preço da ração.
  • Bovinos: exportações brasileiras já atingem 96% do volume de 2024, mantendo preços internos firmes.
  • Suínos: setor vive ciclo histórico, com recordes simultâneos de produção, exportação e disponibilidade interna.

Produção de cogumelos mantém crescimento

O Paraná mantém a terceira posição nacional na produção de cogumelos, com 982 mil quilos e VBP de R$ 21 milhões. Os principais cultivos são Champignon de Paris, Shiitake e Shimeji, com destaque para regiões como Curitiba, Guarapuava, Irati, Londrina e Ponta Grossa.

Atento News, com informações da AEN-PR.

Últimas atualizações