Rodrigo Neumann Pires foi condenado a 27 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, por matar o casal de seguranças Edinéia Gonçalves Oliveira, de 32 anos, e Vanderlei Antônio de Lima, de 31, em março do ano passado.
O julgamento foi realizado no Tribunal do Júri de Guarapuava e a sentença foi lida às 22h05.
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Ao todo, foram mais de doze horas de júri. A sentença foi lida após as fases de réplica e tréplica. O júri foi composto por quatro mulheres e três homens.
Rodrigo está preso há um ano e sete meses na Cadeia Pública de Pinhão, e agora seguirá para cumprir o restante da pena na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG).
O júri foi composto por quatro mulheres e três homens.
Fala do réu
Durante o julgamento, Rodrigo falou por mais de uma hora aos jurados. Disse que estava embriagado na noite do crime e que não conhecia a loja de conveniência, tendo sido levado até o local após pedir ao motorista de aplicativo que o indicasse um lugar para comprar cerveja e cigarro.

Segundo ele, ao chegar, foi convidado por alguns rapazes e moças que estavam no bar a se sentar na mesa. Depois, teria ido ao banheiro com dois desses rapazes para tomar comprimidos de uso estimulante — “viagra e gelzinhos”, segundo ele —, mas garantiu que não chegou a usar. Contou que, ao sair do banheiro, foi abordado por Edinéia, que perguntou o que ele fazia ali. Disse que levou um tapa, seguido de spray de pimenta e agressões de Vanderlei.
“Fiquei com a boca e a cabeça cortadas, caí no chão. Quando consegui levantar, saí por causa do spray de pimenta”, relatou.
Ele afirmou que, após ser agredido, voltou para casa, pegou o carro e o revólver que estava guardado — arma que, segundo ele, usava por viajar de caminhão pelo país — e retornou à conveniência cerca de 30 a 40 minutos depois. “Cheguei, desci do carro, saquei o revólver e dei dois tiros no chão. Alguns correram, o Vanderlei ficou na frente. Ele empurrou a mulher na frente e eu atirei. Em momento algum os tiros eram para a Edinéia”, disse.
Rodrigo declarou estar arrependido: “Me arrependo profundamente por tudo o que aconteceu. Minha vida virou um inferno. Acabou com todas as minhas expectativas. Preferiria mil vezes ter ido no lugar deles.”
Testemunhas e debates
O primeiro a depor no plenário foi o delegado-chefe da 14ª Subdivisão Policial, Alysson Souza, responsável pela investigação. Também foram ouvidos o ex-patrão do réu, a mãe dele e um funcionário do bar, chamado tanto pela defesa quanto pela acusação. As mães das vítimas foram ouvidas como informantes.
A fase dos debates começou às 15h30. O Ministério Público e a assistência de acusação tiveram uma hora e meia para se manifestar, seguidos pelo mesmo tempo destinado à defesa. Às 19h, iniciou-se a réplica, seguida pela tréplica, antes da votação dos jurados.
Por William Batista e Cleo Ferreira.